Olho a caneta e papel
Lembra-me escrever
Mas falta-me que dizer
Há dias assim
Falo de ti?
Falo de mim?
Falo do mundo cruel?
Não sei o que fazer
Pasmado ao meio da rua
Pensando, dei um salto
Pensamento voa alto
E às vezes nem pára
Sonhando coisa rara
Minh’ alma toda nua
Contemplava aquela lua
A sonhar dei um salto
No meio daquela rua
A pensar que sim
A pensar que não
Pensando cá p’ra mim
Não pensar em vão
Depois pensei assim
Partindo não se parte
Se temos amor e arte
Num pensamento são
Sonho, realidade
Fantasia, pensamento
Esfumados pelo vento
Nesta meia verdade
Na vivência dum dia
Que a ser não seria
Uma ténue saudade
De andar tão lento
Repelem-se mutuamente
Nesta constante verdade
Duas forças opostas
De qu’ eu gosto e tu gostas
O sonho e a realidade
Há muitos dias assim, Rui!
ResponderExcluirA poesia brinca de esconde-esconde, mas sai brilhante como esse poema!
Beijos, poeta!
Mirze
Muito obrigado, Mirze.
ResponderExcluirPermita-me só uma observação: este poema não é meu, mas sim de Miguel Alves, que também escreve no blogue.