sábado, 7 de maio de 2011

Sonho e realidade

Olho a caneta e papel
Lembra-me escrever
Mas falta-me que dizer
Há dias assim
Falo de ti?
Falo de mim?
Falo do mundo cruel?
Não sei o que fazer

Pasmado ao meio da rua
Pensando, dei um salto
Pensamento voa alto
E às vezes nem pára
Sonhando coisa rara
Minh’ alma toda nua
Contemplava aquela lua
A sonhar dei um salto
No meio daquela rua

A pensar que sim
A pensar que não
Pensando cá p’ra mim
Não pensar em vão
Depois pensei assim
Partindo não se parte
Se temos amor e arte
Num pensamento são

Sonho, realidade
Fantasia, pensamento
Esfumados pelo vento
Nesta meia verdade
Na vivência dum dia
Que a ser não seria
Uma ténue saudade
De andar tão lento

Repelem-se mutuamente
Nesta constante verdade
Duas forças opostas
De qu’ eu gosto e tu gostas
O sonho e a realidade

2 comentários:

  1. Há muitos dias assim, Rui!

    A poesia brinca de esconde-esconde, mas sai brilhante como esse poema!

    Beijos, poeta!

    Mirze

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  2. Muito obrigado, Mirze.
    Permita-me só uma observação: este poema não é meu, mas sim de Miguel Alves, que também escreve no blogue.

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